sábado, 29 de novembro de 2008

É preciso cuidar

para não passar do ponto
para não perder o ponto
para não dormir no ponto

para não desandar

(Iêda Lima, 2007)

terça-feira, 25 de novembro de 2008


Foram-se os nós

um a um

Restaram eu e você

(Iêda Lima, 2006)
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Imagem obtida do clipart do powerpoint

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Dieta


Bolo de chocolate

Queria olhar para ele

Como olho para você:

sem apetite

(Iêda Lima)
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Imagem: obtida do clip art do powerpoint.

Lançamento de Livro

Se você está em Belo Horizonte, poderá prestigiar o lançamento do livro “A tábua dos desejos” de Everaldo Chrispim, escritor e médico, no próximo dia 29 na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, a partir das 10 horas. Ele publicou em 2003 o livro de contos “O Sopro do Vento”, pela Editora Comunicação.

Clique aqui para ler um dos contos de “O sopro do vento".



Se você gosta de Guimarães Rosa, não perca o Projeto Sempre um Papo no dia 02 de dezembro, terça-feira, quando Mônica Meyer apresenta seu livro “Ser-tão natureza: a natureza em Guimarães Rosa”, publicado pela Ed. UFMG. Mônica é Bióloga e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“A produção literária de Guimarães Rosa apresenta uma multiplicidade de significados de natureza, tratada por meio de imagens, cores, luzes, cheiros e sons. Sua paixão pelo mundo natural salta das páginas com citações e descrições de plantas, bichos, rios, morros, lugares, pessoas, auroras, crepúsculos. O espaço é esquadrinhado em quatro dimensões, ligando céu, água, terra e fogo. A boiada, viagem pelo sertão de Minas em 1952, mostra a vivência de Guimarães Rosa e dos vaqueiros com o mundo natural, uma travessia em que os aspectos objetivos e subjetivos estão presentes e compõem a sinfonia da vida. Nesse percurso, a concepção de natureza, fruto de andanças, observações e vivências do Guimarães Rosa naturalista, é revelada nas anotações, minuciosas e detalhadas, que descrevem a viagem e trazem nas entrelinhas uma concepção e um conhecimento intenso da natureza que ultrapassam as fronteiras de uma abordagem naturalista.” Fonte: Editora UFMG

SER-TÃO NATUREZA: A NATUREZA EM GUIMARÃES ROSA, de Mônica Meyer.
LOCAL: SALA JUVENAL DIAS, PALACIO DAS ARTES
DATA: 02/dezembro/2008
HORARIO. 19:30 horas
PROJETO SEMPRE UM PAPO


Clique aqui para ler reportagem de Alécio Cunha, Jornal Hoje em Dia, sobre o livro de Mônica Meyer.

Clique aqui para ler o artigo “Educação Ambiental com Guimarães Rosa”, de Mônica Meyer, publicado na revista PRESENÇA PEDAGÓGICA • v.12 • n.70 • jul./ago. 2006


Reserve também na sua agenda o dia 06 de dezembro: lançamento do livro "O poder no pensamento social - dissonâncias", de Renarde Freire Nobre (org.). Renarde é professor da UFMG, Mestre em sociologia pela UFMG, Doutor em sociologia pela USP, autor do livro “Perspectivas da razão: Nietzsche, Weber e o conhecimento” e recentemente publicou com Rubens Caixeta de Queiroz o livro “Lévi-Strauss – Leituras brasileiras”.

“Como sugere o subtítulo da obra, a idéia de "dissonâncias" explicita que, mais do que tratarmos de um tema vital no pensamento social, o que interessa é apreendê-lo conforme se apresenta no interior do corpus teórico mais geral: com constância marcada por multiplicidade conceitual, variação analítica, inconsistências empíricas e conflitos interpretativos. Podemos dizer que, provavelmente, a unidade do livro é uma aposta na riqueza interpretativa e na – sempre possível – abertura de diálogos mais criativos provocados pelas diferenças.” Fonte: Editora UFMG

O PODER NO PENSAMENTO SOCIAL - DISSONÂNCIAS, de Renarde Freire Nobre (org.).
DATA: 06/dezembro/2008
HORÁRIO: das 11 às 14 horas
LOCAL: CAFÉ COM LETRAS (Av. Antônio de Albuquerque, 781 - Savassi).

sábado, 15 de novembro de 2008

Viver é não conseguir



Fiquei com esse verso girando na minha cabeça. “Viver é não conseguir”. Não consegui parar de pensar, quando tudo o que importa é sentir. Interromper o fazer febril, para entregar-me ao fluxo. Mas são três horas da manhã e já perdi a conta das xícaras de café. Olho novamente para a pilha de papel, o trabalho a terminar e o verso ganha outros contornos. Quero esquecer certos fatos, mas talvez baste não lembrar. Não lembrar do que me disse à porta do cinema, não lembrar do teu sorriso, do gosto da tua pele contra a minha... A névoa já se havia dissipado naquela manhã. Fizera tudo sem fome, numa forma de alienação, de um não calado, sem a excitação do desconhecido nem a doçura de um mapa já percorrido. Quando acordei, achei que estivesse pensando melhor e, sem enxergar, saí, deixando o vazio para trás. E agora estou aqui, diante de mais uma xícara, observando o fumegar do café na noite fria. Viver é não conseguir. As letras dançam na minha frente e me afasto em direção à janela. É não conseguir. Não conseguir pensar em outra coisa ao olhar o oceano, ouvindo o arrastar de chinelos ausentes fazendo a caminhada de sempre após a janta, sentar em um dos bancos preferidos e conversar até dar vontade de voltar para casa. Afasto essas visões, mas outras ocupam o lugar. Penso ouvir coisas, talvez um riso e... mas é só alguém na rua. Não, não era você. Nem era eu quem o esperava voltar de viagem. Olho os espaços em branco na estante, e entrego-me a reorganizar as faltas. E a pilha de papéis continua lá. Jogo o café fora e resolvo fazer alguma coisa para comer. Logo o dia vai amanhecer e não concluí o trabalho. Talvez fosse melhor pintar o cabelo. Penso isso como se a tinta fosse penetrar no couro cabeludo e tingir meus pensamentos. Rio comigo mesma. Ataco os papéis. Carros e ônibus fluem lá fora, algum vizinho coloca uma música alta, a chuva fina corta a vidraça...

Assim, sem esforço, sem pensar, sentir que não te sinto mais.

(Iêda Lima)


Imagem: Gustave Caillebotte. Rua Parisiense, Dia Chuvoso. 1877. Instituto de Arte de Chicago.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008


"Nunca se distingue bem o vivido do não vivido." Sophia de Mello Breyner Andresen

“Quem dança não é aquele que levanta poeira. Quem dança é aquele que inventa seu próprio chão.” Provérbio Moçambicano

Imagem: obtida do clip art do powerpoint.