terça-feira, 6 de março de 2007

Quem não dança, dança.


Dançar. Conhecer e reconhecer limites, acertar os passos, aprender novos movimentos. A dança faz parte do cotidiano, de celebrações e rituais, faz parte da vida. Reflete os tempos e humores que passamos, sofremos. Expressa pensamentos e desejos que às vezes não conseguimos dizer de outro modo. Pode também ficar trancada, contida em nosso corpo (e o que esse gesto reprimido diria de nós?). O corpo é aquele que temos no momento, com seu tornozelo frágil, seus quilos a mais, tímido, alegre, com todas as marcas que fomos ganhando pela vida. Pode ser abrir as asas e soltar as feras na pista. Exorcizar. Encontrar significado no movimento. Para mim é tomar contato consigo mesmo, esvaziar a cabeça, inventar-se, imaginar o próximo passo ao final deste, equilibrar-se. Ir além dos passos básicos aprendidos nas aulas, criar a própria coreografia. Quem inventa seu próprio chão, busca o ritmo que quer na vida, dança a vida, conduz, arrisca-se em novos passos, sem medo de cair ou tropeçar.

Acho que o bom da vida é que nada tem que ser o que é para todo o sempre. Poder se reinventar, se (re)construir é maravilhoso, embora não seja fácil. Aliás, mudar é um processo bem doloroso. Mesmo quando se deseja. Como na dança, embora um prazer, podemos ter umas dores no meio do caminho - quedas, torções, falta de preparo para “aquele” passo. Sentir-se fluindo, no ritmo, no controle do corpo e do movimento compensa o esforço.

(foto: montagem feita por mim a partir de fotos do clip do powerpoint)

Nenhum comentário:

Postar um comentário